Pensava que a amizade era o melhor e mais simples sentimento do mundo. Pode ser a melhor coisa do mundo, mas pode não ser, de todo, simples.
Achava que só as relações amorosas eram intensas e poderiam provocar dor. Que só as relações profissionais podiam originar tensão e descoberta. Que só as relações familiares podiam ser recheadas de passado e amor. Que só as paixões eram difíceis de avaliar e interpretar. Enganei-me redondamente.
Como uma amiga de infância, uma amizade pode existir desde que nos lembramos de existir ou cheirar a fresco. Pode culminar em momentos de afecto ou de ódio, como foi o caso da minha amiga que dormiu com o namorado da outra amiga. Não deixaram de ser minhas amigas, mas nunca mais se falaram.
Uma amizade pode assentar na entreajuda ou na rivalidade, e pode motivar acessos de compaixão ou de ciúme. Quem já não teve uma amizade que sofreu com o aparecimento de uma terceira pessoa?
Como as conversas de desabafo em final de dia podem ser um calmante, há telefonemas que se podem tornar cafeína durante a noite.
Uma amizade pode fortalecer à distância ou desvanecer-se mesmo debaixo do nosso nariz. Pode ser construída na base da confiança ou da mentira. Pode ser motivo de alegrias ou de tristezas. Pode enaltecer-nos ou assolar-nos. Pode amadurecer ou nunca chegar a crescer.
E como se não bastasse, as relações de amizade, são fáceis de apanhar, como a gripe. Podem proliferar em qualquer meio. No bairro onde vivemos, na escola que frequentámos, no emprego que temos, no ginásio onde vamos, nas viagens que fazemos ou na internet que navegamos. Podem surgir entre sexos diferentes, crenças distintas, interesses divergentes, idades díspares, posses desiguais ou culturas diversas. Como a minha amiga muçulmana, que vive em África, mas que foi a minha experiência de amizade mais intensa, de quem me afastei geograficamente, mas a quem ficarei para sempre ligada. Como o segurança do edifício onde trabalho, que, todos os dias, me recebe com um aconchegante cumprimento. Como o meu amigo hindu, que só viaja em executiva e me faz saltar o coração de expectativa sempre que me visita. Como a minha amiga de sempre e que sempre me acompanha. Como o meu amigo árabe, que vive no médio oriente, mas que, através das tecnologias de informação, parece estar sempre ao meu lado. Como a minha irmã, que não vê com os olhos, mas que me enxerga muito mais.
Afinal, uma amizade é o mais comum, provável, versátil e descuidado dos sentimentos. Desprezamo-lo em detrimento de sentimentos mais raros, inverosímeis, análogos e inquietos, como o amor ou a paixão. Mas no final, a probabilidade de nos iludirmos e desiludirmos com a amizade, é um perigo muito maior, mas inevitável. Quem quer arriscar a não ascender ao estado sublime de ter um amigo?!
Achava que só as relações amorosas eram intensas e poderiam provocar dor. Que só as relações profissionais podiam originar tensão e descoberta. Que só as relações familiares podiam ser recheadas de passado e amor. Que só as paixões eram difíceis de avaliar e interpretar. Enganei-me redondamente.
Como uma amiga de infância, uma amizade pode existir desde que nos lembramos de existir ou cheirar a fresco. Pode culminar em momentos de afecto ou de ódio, como foi o caso da minha amiga que dormiu com o namorado da outra amiga. Não deixaram de ser minhas amigas, mas nunca mais se falaram.
Uma amizade pode assentar na entreajuda ou na rivalidade, e pode motivar acessos de compaixão ou de ciúme. Quem já não teve uma amizade que sofreu com o aparecimento de uma terceira pessoa?
Como as conversas de desabafo em final de dia podem ser um calmante, há telefonemas que se podem tornar cafeína durante a noite.
Uma amizade pode fortalecer à distância ou desvanecer-se mesmo debaixo do nosso nariz. Pode ser construída na base da confiança ou da mentira. Pode ser motivo de alegrias ou de tristezas. Pode enaltecer-nos ou assolar-nos. Pode amadurecer ou nunca chegar a crescer.
E como se não bastasse, as relações de amizade, são fáceis de apanhar, como a gripe. Podem proliferar em qualquer meio. No bairro onde vivemos, na escola que frequentámos, no emprego que temos, no ginásio onde vamos, nas viagens que fazemos ou na internet que navegamos. Podem surgir entre sexos diferentes, crenças distintas, interesses divergentes, idades díspares, posses desiguais ou culturas diversas. Como a minha amiga muçulmana, que vive em África, mas que foi a minha experiência de amizade mais intensa, de quem me afastei geograficamente, mas a quem ficarei para sempre ligada. Como o segurança do edifício onde trabalho, que, todos os dias, me recebe com um aconchegante cumprimento. Como o meu amigo hindu, que só viaja em executiva e me faz saltar o coração de expectativa sempre que me visita. Como a minha amiga de sempre e que sempre me acompanha. Como o meu amigo árabe, que vive no médio oriente, mas que, através das tecnologias de informação, parece estar sempre ao meu lado. Como a minha irmã, que não vê com os olhos, mas que me enxerga muito mais.
Afinal, uma amizade é o mais comum, provável, versátil e descuidado dos sentimentos. Desprezamo-lo em detrimento de sentimentos mais raros, inverosímeis, análogos e inquietos, como o amor ou a paixão. Mas no final, a probabilidade de nos iludirmos e desiludirmos com a amizade, é um perigo muito maior, mas inevitável. Quem quer arriscar a não ascender ao estado sublime de ter um amigo?!
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