quarta-feira, 7 de maio de 2008

DIÁRIOS ANTIGOS SOBRE DUAS RODAS

E porque andei a limpar a minha caixa de correio electrónico, ainda descobri estes pequenos relatos dos meus primeiros tempos sobre duas rodas, que enviava por e-mail, assim que chegava ao trabalho, e me sentia a salvo, logo após as cruzadas matinais contra o trânsito!
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From: Rita Maria Pestana Ferreira Salteiro
Sent: algures em Agosto de 2006
Subject: diário de uma vespa

Bom dia,
É só para avisar as pessoas de quem gosto, que hoje foi o meu primeiro dia de motard na cidade de lisboa e correu tudo bem (tive que pedir ajuda a um senhor que ía a passar para estacionar a mota, mas fora isso, está tudo under control!). Por isso podem conduzir com perfeita normalidade que, pelo menos eu, não vou causar problemas no trânsito lisboeta. Mas se virem alguém com dificuldade em colocar o descanso central para estacionar a moto, por favor ajudem!

Tenham uma boa semana.
Bjnhos
Rita PS: por enquanto demoro 30 min. casa-trabalho (15 min no percurso e o restante para colocar o descanso!)

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Sent: sexta-feira, 1 de Setembro de 2006 9:51
Subject: diário de uma vespa
bom dia a todos,
hoje tenho q partilhar com vocês o meu percurso casa-trabalho na minha pele de motard, ou será vespard?! é q ainda me estou a rir!
para começar acordei às 8:00 e só saí de casa às 8:30, hora de entrada ao serviço! (pensavam q eu ía contar os pormenores do duche matinal!)
hoje foi o primeiro dia q usei a via verde nas portagens da ponte 25 de abril e o dispositivo vem com um elástico standard para colocar no braço, a provar a teoria de que numa mota o condutor é o próprio parabrisas da viatura! o problema é q o elástico é mto grande para mim, e foi um filme só para arranjar uma maneira de levar o dispositivo sem ter de parar na própria via-verde!
depois um trânsito terrível e eu toda contente no meio de duas filas de carros, a fazer alguma ginástica para não levar comigo nenhum espelho retrovisor. e hoje descobri que os motards são grandes cavalheiros... colocam-se atrás de mim e insistem em não me passar à frente, enquanto eu fico ali stressada, a tentar passar o mais rápido possível e com aqueles barulhos de motores potentes mesmo atrás de mim, e só quando eu, já um bocado irritada, lhes ordeno q passem à minha frente, é q compreendem. e normalmente dizem "o q é preciso é ter calma!"
depois veio o estacionamento. o local habitual onde estaciono a mota estava ocupado e a alternativa tinha policias, os malandros. ñ pensem q é fácil estacionar uma mota. aqui na zona do chiado, em ruas inclinadas, as motas estão estacionadas de uma maneira q parece q um guindastre as colocou lá! bem, escusado será dizer q analisei pelo manos dois locais para escionamento de motociclos e nem sequer percebi como deveria fazer para deixar a minha vespa naquelas posições estilizadas. acabei por encontrar um sítio relativamente fácil, só que numa descida. nunca tinha experimentado colocar o descanso central, o tal q ñ é mto fácil, em inclinações. estive uns 10 min a tentar, até q um senhor (a rir-se o suficiente para eu perceber q já estava a observar o expetáculo há algum tempo) me veio ajudar, e eu agradeci claro, até gosto de contribuir para a felicidade alheia e logo pela manhã!
com isto tudo cheguei aqui às 9:00.
bom trabalho e bjnhos

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Sent: terça-feira, 19 de Setembro de 2006 14:27
Subject: Diário de uma Vespa - última edição de verão
Olá meus queridos amigos,
Confessem que já tinham saudades destes diários de aventuras sobre duas rodas!Mas agora já não tem tanta piada, já não preciso de pedir ajuda para estacionar, já fluo entre as filas de trânsito (e ainda não levei nenhum retrovisor alheio para casa!), e já nem preciso de me desviar para deixar passar os outros motards, agora até já consigo abrir caminho para as motas que vêm atrás! Mas nada de selfconfidance a mais, não vá acontecer alguma...
É claro que ainda dá para reparar que sou uma novata nestas coisas, um bocadinho "desengonçada", como diria a Silvia, quando no outro dia viu uma mota tentar sair de um passeio, em direcção à estrada e estava a ver que a desengonçada da condutora não conseguia passar sem bater no carro dela (a condutora era eu, como viemos a descobrir mais tarde!). Mas no fim de contas ela teve que andar um kilómetro até casa da Joana, enquanto eu estacionei em frente à porta, essa é que é essa!
Era só mesmo para cumprimentar e dizer-vos que os arranhões (meus e da vespa) estão a diminuir, prevendo-se um novo capítulo quando começar a chover...
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Sent: quarta-feira, 11 de Outubro de 2006 10:06
Subject: Diário de uma vespa à chuva
A pedido de muitas famílias e tal como tinha prometido, agora que começou a chover a sério, regressa a saga dos Diários de uma Vespa (numa versão mais soft, sem grandes pontos de interesse, i.e., sem grandes momentos hilariantes!)
Esta manhã acordou chuvosa e enquanto tomava o pequeno almoço à janela da cozinha, pensava: vou de vespa ou de beetle? A estrada molhada e a água a saltar dos pneus dos carros não era muito convidativa! "Vá, coragem Rita, é hoje que vais estrear as tuas novas calças impermeáveis", que não são bem próprias de mota, uma vez que essas ficavam-me um bocado gigantescas, mesmo o número mais pequeno! mas são giras e sem referência à mota, até posso ser confundida com os homens do lixo! não, não são amarelas! são pretas com umas riscas reflectoras cinza. muito fashion até!
E lá vim eu de vespa!
A fila de trânsito começava logo a seguir à minha casa e parecia que os deuses tinham aberto os chuveiros para o duche matinal assim que eu saí da garagem! No meio dos carros, com as pessoas abrigadas no interior, senti uma enorme solidão: sózinha, ali debaixo da chuva, parada num semáforo, nem as minhas calças novas me estavam a dar alento. Mas eis que surgiram repentinamente muitos motards, todos com fatos de chuva, formando-se uma fila de motas que foi passando calmamente entre os carros parados. Foi o máximo! Cheguei ao banco seca e a horas! E foi assim que senti que a chuva não me vai estragar o inverno, nem me vai alterar o horário de verão.
Agora que já domino a besta (como diria a Filipa!), e já experimentei o piso molhado, já não há grandes aventuras para contar, mas prometo relatar-vos qualquer acontecimento digno de nota.

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Bom dia my friends!
Este diário é mesmo muito espontâneo, mas não posso deixar de partilhar a aventura que é andar de mota debaixo de chuva torrencial e vento forte! A chuva é o menos, porque com as minhas calças impermeáveis fashion e as minhas luvas de mergulho (são só de 2,5mm, é que as luvas de mota ficam-me mto grandes, mesmo as xs! então achei que umas da cressi me resolviam o problema, e não podia ter escolhido melhor: maleáveis e aderentes!), não há chuva que me molhe. O maior problema é mesmo o vento, que para as motos, em cima da ponte 25 de Abril, mais parece que o vento se vai transformar num tornado e levar as motas pelo ar (até ando a pensar em adaptar um para-quedas à vespa!). É uma verdadeira epopeia atravessar o tejo!
Mas no final, o que conta é que chego a horas e seca ao destino!
Bjnhos

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Sent: sexta-feira, 20 de Outubro de 2006 9:41
Subject: Diário sem Vespa!
Depois de dois meses a fazer o percurso casa-trabalho-casa de vespa, foi uma desilusão o percurso desta manhã, sem vespa!
Depois de passar a noite a ouvir o vento (talvez exageradamente, já que vivo no último andar do prédio!), concluí que o melhor era aproveitar a boleia da minha amiga Sónia e até já estava decidido, quando a minha mãe se deu ao trabalho de me ligar, ainda de madrugada, para dizer. "filha, por favor, não vás de mota hoje, está muito vento para atravessares a ponte". Mães!
Depois da aventura radical que é andar de carro com a sósia do shumacherSónia ao volante, verdadeiramente impróprio para cardiacos, lá cheguei a lisboa, no meio da confusão de chuva, carros, pessoas e chapeus de chuva aos montes, tipo cogumelos coloridos a passear pela cidade.
Depois de ter conseguido, com grande esforço, entrar na carruagem do metro (embora metade do chapeu de chuva tenha ficado do lado de fora!), lá cheguei à baixa-chiado, tipo sardinha enlatada, daquelas com molho, tal era a confusão de chapeus de chuva encharcados a serem espremidos entre a multidão.
Depois de experimentar uma vespa é impossível suportar um suplício destes. Viva as motas e os motards! Viva os fatos impermeaveis e as luvas de mergulho! Viva as Vespas! (não as bestas, Dina!).
Bjnhos

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Sent: segunda-feira, 13 de Novembro de 2006 9:20
Subject: Diário da CBF 250
Bom dia meus queridos!
É com alguma pena, mas tb com algum entusiasmo, que informo que, este fim de semana, troquei a Vespa 250 pela Onda CBF 250! É verdade, fui comprar um capacete novo, lindo, fashion, da BMW, e caríssimo, e acabei por comprar uma mota nova! As más linguas dizem que troquei de mota por causa do capacete, o q não é totalmente verdade, mas de facto o meu novo capacete não condizia mto bem com a Vespa e tem mto mais compatibilidade com a CBF, começando pela cor, cinza metalizado, e acabando no estilo, mto mais moderno e aerodinâmico! Por outro lado, como já passou o tempo das sandálias... no próximo verão se verá!Não é q a CBF seja melhor q a Vespa, q não é. A potência é a mesma, a CBF só tem travão de disco à frente, e a Vespa tem nas duas rodas. A Vespa vem c/ABS e a CBF sem. A Vespa tem montanhas de espaço para arrumação, a CBF nem um milímetro. Mas a CBF faz mto + o meu estilo!
E a partir de hoje, inclusive, já ando por aí de onda, a fazer aqueles barulhos de aceleração do motor para avisar os automobilístas que vou passar. E é bom q tenham atenção, porque isto de andar 3 meses de mota com caixa automática e depois voltar às mudanças não é fácil e a probabilidade de me enganar qundo quero travar é enorme. Aliás, no próprio dia em que saí do stand, caí, numa espécie de cruzamento ao lado de uma rotunda mto perto de minha casa. Queria travar, pressionei a manete errada e acabei por cair. O trânsito da rotundo parou na expectativa enquanto eu me levantei, como se nada fosse, e sem tirar o meu capacete novo fiquei ali a olhar e a pensar "como é q eu vou levantar esta coisa!". Sim, porque apesar de pesar menos 10kg q a Vespa, não a consigo levantar na mesma! Bem, como sempre, uma alma caridosa veio em meu auxílio e levantou-me a mota do chão! E pronto, agradeci, voltei a montar e prossegui o meu caminho, tranquila! Até porque ela, a mota, tem q se habituar a estas coisas e uns riscos personalizados nunca ficaram mal a ninguém!
We'll keep in touch
Bjnhos

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