domingo, 15 de junho de 2008

SOCIALIZAR COM OS LIVROS

Nesta fase da minha vida, socializar não é o meu forte. Admito que não há nada como socializar com as pessoas, mas há outras formas interessantes de socializar e uma das minhas preferidas é a leitura.
Adoro entrar num romance, sentir o meio envolvente da história, envolver-me no enredo e socializar com as personagens. Acompanho os feitos, construo os sonhos, simpatizo ou ganho aversão aos protagonistas, deixo que a felicidade se apodere de mim ou choro, e independentemente do final, a sensação é sempre âmbigua: satisfação por chegar ao fim e tristeza por ter terminado. É óbvio que as sensações são mais fracas ou mais intensas consoante o livro, mas para chegar ao fim é porque já me envolvi e já não consigo parar de ler até à última página. Quando assim não é, não chego ao final do primeiro capítulo e, normalmente, fecho o livro e coloco-o na prateleira, bem arrumado, para nunca mais o abrir. Mas são poucos os que têm este destino. Júlio Dinis, Almeida Garret e António Lobo Antunes me desculpem. Eu tentei, precisamente porque sei o valor literário que têm, mas não consegui. Kafka, com excepção da "Metamorfose", também não estive à altura. Mia Couto, com excepção do "Voo do Flamingo" e das crónicas que tanto me tocam, também não estão à cabeceira. Mas não me ocorrem mais autores nem mais títulos que não tenha conseguido alcançar até ao momento.
Não sou um exemplo de leitura, mas basta-me empatizar com a narração e a leitura torna-se uma das minhas melhores partes do dia. E o melhor é que os livros não se esgotam!

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